Compostagem orgânica: Baixo custo e alta qualidade.

Para controlar a agricultura, protegendo de insetos, doenças, pragas ou plantas daninhas, na década de 20, deu-se início ao uso de agrotóxicos.

Essas substâncias químicas, como herbicidas, pesticidas, hormônios e adubos químicos, são utilizadas até hoje em produtos agrícolas e pastagens,

e podem trazer diversos males para a saúde humana.

Eles podem ser encontrados em verduras, legumes, frutas, grãos, carnes, leite, aves e ovos.

Aplica-se os defensivos agrícolas (outra nomenclatura de agrotóxicos) diretamente no produto daqueles provenientes da terra.

O alimento de origem animal, há aplicação dessa substância na ração que esses animais comem por exemplo em milhos, legumes e grãos.

De modo simplificado, podemos separar os agrotóxicos em 3 grupos:
Inseticidas: Destinados ao controle de insetos, ácaros, nematóides e moluscos.
Fungicidas: Usados no controle de doenças causadas por fungos, bactérias e vírus.
Herbicidas: Destinados ao controle de plantas daninhas.

Os agrotóxicos podem provocar três tipos de intoxicação no ser humano: aguda, subaguda e crônica. Os sintomas, na maioria das vezes, são: dores de cabeça, vertigens, náuseas, dor de estômago e indisposição. A grande diferença são os níveis desta intoxicação. Na aguda, os sintomas surgem rapidamente, já na subaguda eles surgem lentamente e na crônica podem surgir meses ou anos após a intoxicação, causando doenças severas como paralisia, hepatite, diabetes, câncer e, eventualmente, a morte.


Ao longo dos anos, acidentes com agrotóxicos causaram graves problemas ambientais e de saúde em todo o planeta. Assim os casos vão desde intoxicação de trabalhadores durante o processo de produção, até a intoxicação de uma grande população. O grande problema surge quando fazendeiros com pouca instrução não obedecem às regras de uso dos produtos ou por negligência ou por falta de conhecimento. Podemos observar diversas pessoas e ONGs denunciando níveis inaceitáveis de agrotóxicos nos alimentos, sabemos que as causas são: aplicação muito tardia, ou aplicação em quantidade acima do permitido, ou aplicação de produtos proibidos para o cultivo.


Houve e há a criação de diversos movimentos contrários a utilização de agrotóxicos pelo mundo pois cresce um modelo de produção que concentra a terra e utiliza altas quantidades de venenos para garantir a produção em escala industrial.


Diante desses fatos, da utilização de agrotóxicos e seus malefícios e a fim de preservar o meio ambiente e uma agenda para o desenvolvimento sustentável, fizemos um projeto de compostagem orgânica, na universidade, com o objetivo de promover a conscientização e disseminar um trabalho que envolvesse qualquer pessoa, independente de classe social ou faixa etária.


Sabemos que muitas cidades do nosso país não possui coleta seletiva, e nem nós mesmo temos o costume de separar nosso lixo. O que torna o problema do lixo produzido muito maior. Sem a separação, nós sofremos com enchentes e doenças, e o planeta recebe uma quantidade enorme de lixo, poluindo mais ainda o meio e produzindo gases tóxicos que danificam a atmosfera.


Nossa equipe (formada por seis pessoas: Andréa Monteiro, Edmarlley Santos(eu), Geovana Dutra, Ingrid Martins, Jennifer Ewellin e Thayala Eça todxs graduandxs no curso ABI- Li, da Universidade Federal do Sul da Bahia- UFSB), ao desenvolver essa ideia, queríamos que esse projeto realmente ultrapassasse os limites universitários. A princípio, essa atividade é em pequena proporção, porém, é possível utilizar em grandes lavouras, melhorando a qualidade da terra, e dos alimentos plantados.


Assim, fomos colocar isso em prática: Mas afinal, o que é compostagem orgânica? É um processo biológico de decomposição aeróbia controlada, por meio da ação de microrganismos, e de estabilização da materia orgânica crua em condições que permitem o desenvolvimento de processos termofílicos,resultantes de uma produção calorífica de origem biológica. Durante a estabilização da materia orgânica em substâncias húmicas há a formação de um produto mais estável, com propriedades completamente diferentes do material que lhe originou.


Tendo esse embasamento téorico, em meados de Março demos início ao nosso processo de compostagem. Abaixo iremos lhe dar dicas de como fazer a sua, assim você pode ter uma horta mais saudável, e economizar na hora de fazer as compras do mês! 😉


Vamos ensinar como você pode tratar seu lixo, listando alguns motivos para fazer isso:


1- Evitar a contaminação da água e do solo, provocado pelo descarte, inapropriado do resíduo inorgânico que você produz;


2- Obter um composto orgânico de qualidade, para fertilizar sua horta, jardim, ou lavoura.


3- Promover a conservação do meio natural.


4- Economia financeira, produzindo sua própria hortaliça.


Existem várias técnicas utilizadas no tratamento de resíduos orgânicos, tais como: Enterramento, vermicompostagem(minhocário), biodigestão anaeróbia, aterramento sanitário, incineração e compostagem,.


Nós escolhemos a compostagem por ser a alternativa mais simples, dá pra fazer com pouco espaço e com um custo muito pequeno.


Para realizar este processo você vai precisar dos seguintes materiais:


Terra*


Serragem*


03 baldes ou caixas com tampas, de 5 litros, que permita empilhamento;


01 torneira de PVC;


01 Furadeira;


Resíduo orgânico ( Cascas de frutas, legumes, borra de café, casca de ovo e restos de comida, exceto carnes e comidas gordurosas)


01 garfo de jardinagem.


* A quantidade desses itens deve ser o dobro da de resíduo utilizada.


No balde 1, instale a torneira na base inferior. Faça pequenos furos nas laterais superiores, para permitir a entrada de ar, e no balde 2 e 3 pequenos furos em toda a lateral, para não permitir a entrada de insetos, (apenas a tampa do balde 1 e 2 devem conter cinco furos com 3 cm cada, para isso, utilize a furadeira com uma broca dessa medida) . Apenas a tampa do balde 3 permanecerá intacta.


A princípio são utilizados apenas o balde 2 e 3. Forre o balde dois na seguinte ordem: serragem, terra, resíduo orgânico, serragem, terra, serragem. Na proporção de 1 resíduo para 2 de terra e serragem.


A medida que for adicionando mais resíduo, deve-se misturar o material que ficará por baixo e seguir com o passo descrito acima, até que o balde 2 complete e o balde 3 seje adicionado.


Quando o balde 3 estiver cheio, o 2( que deverá ter no mínimo 30 dias de amazenado) deve ser esvaziado, o resíduo deve ser removido para outro recipiente e deverá permanecer por 25 dias, sofrendo maturação. O líquido que escorre para o balde 1 é um chorume orgânico, não prejudicial ao meio, portanto você pode diluir na água em uma proporção de 1 para 5 até 1 para 10 e borrifar em outras plantas. Após esse período poderá ser usado em sua horta, jardim ou lavoura.


Ao fazer a nossa compostagem, colocamos os resíduos em baldes, mas depois passamos para composteira quadrada, porque cabia mais composto. E agora estamos só aguardando o período para colocar nosso fertilizante no canteiro, que já contém algumas sementes de hortaliças e outras plantas.

As fotos a seguir, ensinamos o voluntário, Marcelo, como fazer uma horta com mais qualidade.

De acordo com Marcelo, sua antiga horta não era muito boa:

"Todas as plantinhas que tentei plantar morriam fácil, ou tinha alguma praga, ou simplesmente demoravam muito pra nascer".

Após a proposta da compostagem ele disse que está entusiasmado, e espera uma boa horta.

"É uma ótima alternativa, custo baixo, vegetais sem agrotóxicos.. Tudo ótimo! Espero que essa horta dure bastante".